Se a mulher moderna é mulher no ciclismo, é-o com a sua vulva!

“TUDO QUE VOCÊS GOSTARIAM DE SABER A RESPEITO DA SAÚDE PÉLVICA DAS CICLISTAS”
Dos bikefits, aos cremes pré e pós pedalada, passando pelos calções

Foi aquando do lançamento do cartaz do #1 FugaFest, organizado pelo grupo Fuga Rosa, em que um dos webinars abordou o tema “o selim e a dormência genital” que dei por mim a pensar:
– Bora, Ilda! Este é mais um daqueles temas sobre o qual faz todo o sentido pesquisar e partilhar informação com testemunho na primeira pessoa!
Falar do ponto mais dolorido das ciclistas, a vagina e respetiva saúde vaginal, ainda é tabu. Porém, quando se faz provas por etapas em duplas, quando há a oportunidade de um estágio, no balneário no final de uma prova ou de uma aula de spinning, o desconforto físico é tal que parece que precisamos de aproveitar o momento para fazer uma catarse e, partilhando pelo menos ali e naquele momento o que estamos a sentir, nos libertarmos de um pouco de dor e desconforte que, muitas vezes, nos acompanha todos os dias (às vezes, há anos, demasiados anos) – influenciando, inclusive, a nossa disposição e performance sexual.
Digo abertamente que estes problemas que temos em comum não são só de ordem pessoal e o diálogo franco, como se fez no Festival, pode ajudar muitas outras mulheres que ainda não se haviam pronunciado.

Por é que ainda é tabu falar sobre saúde vaginal?🙄
Depois de tantas guerreiras e de uma lista enorme de mulheres que não foram reconhecidas na sua época, vocês podem imaginar onde é que vamos parar e o que é que estamos a perpetuar se não tivermos a bravura daquelas inúmeras corajosas e falarmos abertamente da nossa condição de ciclistas no feminino?

Vocês acreditam que, em pleno séc.XXI, apesar de ser um órgão do corpo feminino, 50% das jovens não é capaz de nomear adequadamente a vagina num exame médico? Aliás, o que está de acordo com um estudo de 2014 da revista The Eve Appeal, do Reino Unido, que mostrou que 65% das mulheres sente-se desconfortável ​​com a palavra ‘vagina’ ou ‘vulva’ e 45% nunca fala com ninguém sobre sua saúde vaginal.

Há uma necessidade urgente de mudar a conversa – ou, no mínimo, ter uma conversa.
Quanto a estes temas, eu sou um pouco “sem filtros”, mas digo-vos que foram já muitas as situações em que, quer como professora, quer como ciclista, filha, amiga, vi o “tabu” a dominar e, quantas vezes, patente na dificuldade de abordar o assunto por parte das nossas adolescentes e jovens “mulheres modernas”.

A mulher moderna não se priva da sua liberdade, não ofende o poder de decisão legado e não perpetua estereótipos! Se a mulher moderna é mulher no ciclismo, é-o com a sua vulva!

Já no artigo sobre O treino e a menstruação vos disse, sem vergonhas, que o ciclismo de elite e a alta competição me fizeram, ao longo de várias épocas, ter uma atitude menos atenta a estas questões específicas da feminilidade. Hoje, deixo escrito o que já tenho dito:

“Uma vagina saudável é incrivelmente importante para a saúde física, mental, emocional e sexual.”


É que tudo isto é extremamente importante para a complexidade de quem somos! Não é só por ter um marido que isto me interessa, mas porque mereço, merecemos, sentirmo-nos bem em todos os planos. Se eu não me sinto bem em casa, no meu lar, na cama, com o meu corpo, como posso estar focada a 100% na minha preparação para as competições? Não posso! Não estarei! Haverá sempre uma parte de mim ocupada com este assunto. Mesmo para quem ama pedalar, pelo simples gozo de sair na bike, não seria melhor poder desfrutar da experiência em plenitude?

Pois é! Não sei se alguma vez se passou convosco, mas comigo já aconteceu várias vezes que, assim que o tema surge e ultrapassado o constrangimento inicial, até parece que há uma “disputa” entre todas a ver quem sente mais desconforto, quem tem mais problemas, quem já tratou e quais os conselhos e produtos que recomenda.

Vamos, então, avançar um pouco mais neste assunto da saúde sexual das ciclistas em particular.

Vocês sabiam que 1 em cada 4 homens (25%) sofre de disfunção erétil? Todavia, existe uma vasta medicação e dispositivos para ajudá-los. Mas, vocês sabiam que 40% das mulheres experimenta disfunção sexual? Quantos produtos estão disponíveis para nós? Na verdade, se vocês forem ao Clinicaltrials.gov (site americano de estudos médicos), existem, à data em que escrevo este artigo, 476 estudos de disfunção erétil vs 158 estudos de disfunção sexual feminina.

O artigo de hoje é uma partilha de testemunho, é uma partilha de produtos que podem ajudar, mas é sobretudo um “manifesto da mulher moderna”.
Comecemos por mudar a maneira como pensamos, falamos e sentimos as nossas vulvas.
1. A mulher moderna tem uma vulva e nomeia os orgãos genitais que a compõem!
2. A mulher moderna assume que “vulva, vagina, clitóris” são palavras legítimas e termos médicos.
Quanto mais dissermos, menos estranho soará. Usando estas palavras com confiança, ajudámo-nos e ajudamos os outros a fazerem o mesmo.

No meu caso, que tenho uma relação muito especial com o meu marido, ele é a primeira pessoa com quem abordo qualquer assunto e, por isso, também sobre o desconforto que sentia (ou posso às vezes sentir) na bike e no pós-treino, é com ele que falo e com o meu médico; mas acho perfeitamente compreensível e saudável que, tal como o fizemos durante o FugaFest, falemos também sobre estas questões com as nossas amigas, com os pares, com as companheiras de pedalada – ainda que “virtuais”, têm uma vulva para por em cima do selim por horas! E isso deixa “mossa”, todas sabemos! Mais ou menos, mas deixa!

Se algo com a zona genital não vos parece normal, acreditem que não estão sozinhas!
Para lá do médico, há um conjunto de soluções que nos podem ajudar a melhorar o bem-estar vaginal que não precisam de ser caras, dolorosas ou complicadas, como podem imaginar, e que estão podem, até, estar à distância de um click e / ou de um compra online!

Voltemos ao básico e essencial que às vezes não é tão evidente, sobretudo quando somos novas no mundo do ciclismo: na hora de comprares a tua bike, não é a loja mais shiny nem é só a marca, o modelo, a pintura e os equipamentos xyz que te garantem a ergonomia e o encaixe perfeito por horas, em terrenos e situações distintas; na hora de comprares a tua companheira, é são as características da bike adequadas a ti que têm que imperar! Para isso, procura a loja que tem aquele profissional que lida com mulheres que pedalam, que conhece a nossa realidade de treino / competição, que te vê e te aconselha a bike mais adequada, que fará os ajustes necessários, que te chamará a tenção para algumas sensações que poderás experimentar; na hora de comprares a bike ou se já tens bike, considera que o bikefit é tão essencial como todas as provas para o vestido de casamento! Todavia: tens de saber usar as palavras lábios, ânus, clitóris, dormência sexual, etc.; usar vocabulário claro, objetivo e frases descritivas e elucidativas – há a enorme probabilidade de estares a falar com um homem e se não conseguires ser evidente, por muito bom que esse profissional e o seu equipamento sejam, não te conseguirão ajudar!

Mesmo assim, tudo muda com o tempo! O vestido já não te serve e até o teu marido passou a fazer xixi sentado (para aquelas que ainda não trocaram de marido). Pois é: com a bike vai ser o mesmo! Trocas peças e uma delas pode muito bem ser o selim.

There is no such thing as “calo no rabo”! I am a woman, not a monkey!

Vocês já ouviram falar de “Síndrome de ciclista”?
Pois bem, apesar de ter tido muitos dos problemas que aqui vou mencionar, até decidir escrever sobre o tema, confesso que desconhecia não só alguns dados mas também parte da terminologia que convosco aqui estou a partilhar.
O meu percurso no ciclismo começou há 10 anos atrás: entrei e lancei-me para a competição nacional de elites, depois para a internacional, com passagens pela Seleção, e, por isso, fiz um caminho muito autónomo, autodidata e busquei sempre as soluções sem fazer dos episódios grande problema! Como vos tenho dito, o foco está a 10000watts e eu só vejo ciclismo! Hoje alcanço o ciclismo com uma visão também periférica e quero contribuir para o vosso percurso mais saudável e pleno!
Mas já dispersei. De volta à pergunta. Se vocês sentem dores, dormência, alterações das funções sexuais, entre outros, saibam que podem ter desenvolvido a síndrome de ciclista, clinicamente chamada “neuralgia do pudendo”.

O nervo pudendo é um nervo misto que tem funções sensitivas e motoras, sendo responsável pela sensibilidade do períneo por meio do ramo perineal (labiais), dos ramos retais inferiores e pelo ramo dorsal do clitóris e função motora de controle dos músculos da área.

Resumindo e isto é o que importa: a síndrome de ciclista, neuralgia do pudendo, é a dor causada pela disfunção deste nervo, em geral devido ao seu aprisionamento funcional durante (longos) períodos de tempo na posição sentada na bicicleta causando pequenos traumas. O tipo de dor pode variar em naquilo que as ciclistas vão relatar como “queimadela”, “assadura”, “facadas”, “picadas”, “pressão” ou “ardor”e pode afetar o ato de evacuar, manter relações sexuais, atingir o orgasmo, urgência urinária ou mesmo incontinência.

Na minha bicicleta de Estrada Sintesi M2, que tem um espigão de selim incorporado, uso o PRO SELIM GRIFFON (Aço inoxidável):

  • Formato arredondado, mais adequado para fisionomia menos flexível
  • Acolchoamento superleve em EVA para um suporte e conforto otimizados
  • Material PU macio para reduzir o atrito com calções de ciclismo
  • Adapta-se facilmente a acessórios tais como o suporte de câmara PRO, o guarda-lamas, etc.
  • Construção emoldurada leve e rígida em polímeros reforçados a carbono
Existe versão recortada

Segundo o Dr. Andy Pruitt, Ed.D., fundador do Centro de Medicina e Performance Desportiva da Universidade do Colorado e consultor médico para várias equipas e corredores World Tour, “as mulheres, na verdade, têm mais problemas do que os homens, mas historicamente não falam muito sobre isso”. Percebam que se não tivermos vergonha de falar sobre os nossos problemas, estamos a ajudar inclusive quem é responsável pelo desenvolvimento de produtos, como o selim, adequados e com especificidades para as diversas anatomias femininas – não há dúvidas de que o selim que me serve está desajustado a uma sprinter, por exemplo, pelas características físicas que nos distinguem, incluindo as própria vulva que pode divergir tanto entre nós, como ilustrado aqui:

Mais problemas comuns entre as ciclistas:

VAGINITE
Infecções vaginais, como infecções fúngicas.
Nós, as ciclistas, corremos mais risco de desenvolver estas infeções, porque geralmente ficamos por muito tempo com os mesmo calções que, apesar de poderem ter carneira antimicrobiana e bacteriana, sendo justos e combinados com o suor, criam um ambiente quente e húmido, facilitando a multiplicação de leveduras.

Devido a isto, fiquem a saber que é frequente corrimento, mudança de odor, coceira e/ou ardor, especialmente quando fazemos xixi.

Para tentarmos diminuir a probabilidade de passar por estes episódios dolorosos, assim que terminares o treino / competição, tira os calções o quanto antes possível (em prova, quando não posso fazê-lo, procuro ir rapidamente à casa de banho ou uso outro lugar reservado para me poder limpar com água e / ou toalhitas). Depois de tomarem banho, usem o secador de cabelo, em temperatura baixa, para secar a área genital. A aplicação de talco é também recomendada.

E agora, um toque bem à Ilda: vocês sabiam que também podem tornar-se mais resistentes às infeções se ingerirem alimentos ricos em probióticos que mantêm bactérias protetoras do organismo? Quem é que ainda não viu os meus stories com Camellia Kombucha antes e imediatamente após o treino? E o miso de arroz para temperar a comida? Ou o iogurte e o kefir com direito a receita n’O Blog? SMART!💡

PERDA DA SENSIBILIDADE
Afinal, eu não estava louca! Afinal, não estou só! Aproximadamente 62% das mulheres ciclistas em competição relatam sentir dormência genital, formigueiro ou dor.
“A dormência não deve ser tolerada, e ponto final, pois pode causar danos a longo prazo. Cuidado: a dormência é um sinal de que os nervos estão comprimidos e isso significa que algo não está bem – seja o equipamento, o creme que usam (ou não usam), o selim, a posição do selim – o selim certo no lugar errado (posicionado de forma errada) é tão mau quanto o selim errado no lugar certo -, a posição na bike, os sapatos… Há que perceber!

Façam o ajuste de bicicleta com um profissional especializado – há anos que trabalho com o António Facão da VeloFitSystem logo é ele que recomendo. Usem o selim correto – o Facão também vos dará boas sugestões ou podem ainda contactar o Bruno Magalhães da Casa Myzé.
A maior parte do vosso peso tem que estar apoiada nas tuberosidades isquiáticas (os ossos duros que sentem quando estão sentadas) ou nos ramos púbicos (os ossos pélvicos), dependendo da posição de pilotagem, e não nos tecidos moles.
Nos treinos e provas longas, intercalem entre pedalar sentadas e em pé, para aliviar a pressão e o atrito na área genital. Mantenham a pelve dinâmica.

Na minha bicicleta de BTT, Deed Vector Pro, tenho o PRO SELIM EM CARBONO FALCON
(Carril de carbono):

  • Formato plano, mais adequado para fisionomia muito flexível
  • Acolchoamento superleve em EVA para um suporte e conforto otimizados
  • Material PU macio para reduzir o atrito com calções de ciclismo
  • Adapta-se facilmente a acessórios tais como o suporte de câmara PRO, o guarda-lamas, etc.
  • Construção emoldurada leve e rígida em polímeros reforçados a carbono
Existe versão recortada

HIPERTROFIA LABIAL
A pressão no selim pode causar inchaço porque impedir a drenagem linfática. Quando o inchaço se torna significativo, isso pode criar um ciclo vicioso de menos drenagem e mais inchaço. “Ironicamente, para algumas mulheres, selins recortados – que são projetados para evitar problemas de pressão – podem contribuir para o inchaço”, porque nas mulheres que têm uma vulva mais carnuda, como é visível na ilustração do início do artigo , os recortes no selim podem não funcionar porque esses tecidos ficam no espaço recortado e a gravidade puxa para eles o fluído.
O linfedema crónico e típico, que é caracterizado por um inchaço duradouro unilateral do grande lábio após intensa prática de ciclismo, pode ser resultante de inflamações recorrentes na região vulvar e perineal devido à compressão repetitiva dos vasos inguinais. Estes fatores influenciam a circulação da linfa nesta área, facilitando o surgimento de problemas inflamatórios na pele, cicatrizes, lesões, foliculite e nódulos perineais.
Para além dos ajustes mencionados anteriormente para aliviar a pressão, é importante que depois do treino / competição tomem banho sentadas com água fria. A vasoconstrição causada pela temperatura baixa da água ajuda na redução do inchaço da vulva – vários profissionais de saúde recomendam adicionar na água plantas, como a camomila, que tem efeito calmante.

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
Semelhante à vaginite, as infecções do trato urinário (ITU) são infecções bacterianas que podem ocorrer em qualquer parte do corpo envolvida na produção e expelição da urina – principalmente nos rins, na bexiga e na uretra.
Estas infecções são comuns em ciclistas do sexo feminino porque as bactérias da carneira dos calções podem facilmente viajar para a bexiga.
Felizmente ultrapassado há anos, por algumas vezes sofri com estas infeções. Por isso, se sentem frequentemente vontade de fazer xixi, se fazem xixi em pequenas quantidades, se sentem que “queima” ao fazer e produzir urina e que a urina é turva, vermelha (sangrenta) ou particularmente pungente, possivelmente estãocom esta infeção.
Para ajudar a solucionar o problema, devem de beber muita água e fazer xixi assim que vos der a vontade.
As estratégias para evitar a ITU são semelhantes àquelas para evitar outras infecções vaginais já referidas. Confesso que desde que bebo 2l por dia de sobacha e uso a Camellia Kombucha pelos probióticos, a questão anda mais controlada. Nesta altura do ano, uso e abuso dos mirtilos, pois contém uma substância química chamada proantocianidina do tipo A – essa substância age como um revestimento antiaderente contra bactérias na bexiga, reduzindo o risco de ocorrência destas infeções.

Fotografia: Sívio Abreu

O aconselhamento médico ressalvava sempre que os tipos de infeções de que até agora escrevi, partilhando a minha experiência, podem ser tratadas com cremes ou cápsulas.
Como eu tenho esta coisa de buscar a perfeição, não parei de procurar mais soluções para não voltar a ter o problema até chegar à GINIX.
Dois produtos que integrei:
GINIX VULVAR, o Gel Hidratante e Protetor que é um “gel não hormonal indicado na proteção e hidratação das zonas íntimas sensíveis, secas ou irritadas, regenerador, anti irritante e descongestionante, lenitivo e redutor da inflamação indicado nas situações de secura e prurido vulvar;
GINIX GEL que é um “gel fluído lubrificante, hidratante e protetor da mucosa vaginal, não hormonal, formulado para ajudar a compensar a insuficiência das secreções vaginais naturais e possibilitar uma melhor lubrificação”.

FOLICULITE
Nossa! O que eu sofri com isto! Alguém esteve na última prova do Campeonato de XCM do Porto em 2015? Já lá vão uns anos! Fiz essa prova sem quase nunca me conseguir sentar e, assim que acabou a cerimónia protocolar de entrega de título, fui diretamente para as urgências para uma pequena cirurgia imediata. Já passaram uns anos e eu fui aprendendo com a experiência e com a informação que reuni e que aqui vos partilho.
Falamos, neste caso, de escoriações, ulcerações abertas ou poros cheios de bactérias como espinhas em qualquer região da vagina, sendo, obviamente, geralmente bastante dolorosas.
A pressão constante e atrito no mesmo local a longo prazo irritam e inflamam a pele , deixando-a aberta/propensa à infecção.
Como nas outras situações problemáticas, o selim correto e o ajuste adequado da bicicleta podem ajudar muito na prevenção da foliculite; higiene adequada; lubrificação com cremes desenvolvidos para reduzir o atrito entre a pele e carneira dos calções (desde há duas épocas que o da Born passou a ser o meu eleito). Para depois do treino / competição, a Ginix tem uma vasta gama de produtos especialmente formulados para ajudar a manter o equilíbrio de pH saudável da vagina e combater esta e outras infeções.
Algo que o Dr. Alpoim (oncologista que me acompanhou em 2015 pela possibilidade das foliculites constantes desenvolverem para tumores) e que o meu médico de família, o Dr. Constantino suporta, e que faz toda a diferença, diz respeito à (d)epilação: “remove os pelos, mas cuidado para não fazeres uma remoção intensa. A depilação para o ciclismo não deve ser a mesma usada para ir à praia, porque pode abrir a porta a pequenas feridas, poros abertos, pelos encravados e folículos infectados”, dizia ele. “Os pelos púbicos formam uma camada protetora entre os tecidos sensíveis e o atrito com o selim.”. A depilação total elimina essa proteção e pode criar mais problemas.

Na bicicleta minha menina nova, a SUNN GP, colocamos o PRO SELIM FALCON
(Aço inoxidável)
:

  • Formato plano, mais adequado para fisionomia muito flexível
  • Acolchoamento superleve em EVA para um suporte e conforto otimizados
  • Material PU macio para reduzir o atrito com calções de ciclismo
  • Adapta-se facilmente a acessórios tais como o suporte de câmara PRO, o guarda-lamas, etc.
  • Construção emoldurada leve e rígida em polímeros reforçados a carbono
Existe versão recortada

🚨Atenção: para além de dor na região genital e/ou dos ísquios, as consequências de um fit na bike desajustado podem refletir-se na região lombar e até na região de trapézio e cervical.

No caso da Casa Myzé, “a maioria das mulheres que visita a nossa loja para comprar um novo selim e/ou fazer o ajuste da bike sente dores na coluna e dormência na parte íntima. Muitas desconhecem a quantidade de itens, modelos e tamanhos, não somente de selins, mas de outros componentes que se podem alterar pensando nas suas características físicas e no tipo de uso que quer dar à bicicleta – lazer, deslocações, treino intenso e / ou competição. Muitas querem comprar selins mais largos porque acham que assim, tipo “sofá”, é mais confortável – nestes casos, explicamos que para cada corpo há um tamanho certo de selim.”

⛔Outro erro frequente: capa de gel para selim. No way! Lembram-se do que foi exposto quanto aos tecidos moles? Pois bem, quando pressionam o gel com os ossos isquiáticos, ele move-se para a zona das partes moles e faz justamente o contrário: ao invés de ficar mais confortável, provoca muito mais incómodo e pode causar as complicações já mencionadas.
Por trás do selim muita ciência! Mas a minha experiência também me diz que a maior ciência está em conhecermo-nos e confiarmos no profissional que se coloca ao nosso dispor. A minha experiência também diz que não é por ser feminino ou recortado como já referi, que é ideal! No meu caso, quantas vezes me fico por um selim masculino mas que é aquele em que me encaixo na perfeição!

🩳Tenho colocado a tónica no selim, no bikefit e cremes, mas atenção também à carneira dos calções. Aquela “almofada” pode ter diversas formas e tamanhos e há um vasto leque de materiais de que pode ser feita. Compreenderem a anatomia da zona pélvica é muito importante para escolherem uns calções que encaixem perfeitamente no vosso corpo, que permaneçam firmes e não irritem a pele ou causem pontos de aquecimento quando estiverem a pedalar. Ah! Claro: nunca usem roupa íntima com os calções pois só resultaria em mais calor e pontos de fricção e pioraria a situação.


Fisioterapia pélvica
Já tinham ouvido falar em Fisioterapia pélvica?
A fisioterapia pélvica é uma especialidade da fisioterapia responsável por fortalecer o assoalho pélvico, que é o músculo responsável por sustentar os órgãos pélvicos, evitando problemas causados pela perda de força naquela região, como incontinência urinária.
Cuidado com exercícios aleatórios e que prometem milagres. Somente um especialista pode avaliar as necessidades de cada pessoa e, conforme o problema, indicar a frequência, força e o tipo dos exercícios adequados.

Estética e rejuvenescimento íntimo
Os tratamentos usados no rejuvenescimento íntimo:
– estimulam a produção de colagénio;
– aumento da lubrificação vaginal;
– melhoram sintomas como perda urinária e ressecação;
– clareiam a região genital, que escurece com o atrito da pele com a carneira e selim;
– corrigem a flacidez dos grandes e pequenos lábios e aumentam a sensibilidade nas relações sexuais.

“Há muito tempo atrás não se pensava em cuidados com a genitália da mulher. A estética íntima é uma verdadeira revolução no tratamento da mulher.”

Conclusão
– Uma boa posição num selim de formato correto garante que fiquem sentadas nos ossos e não nas artérias, nervos e tecidos moles.
– O selim apropriado deve reduzir a pressão e fornecer suporte estrutural e anatómico para tecidos moles: no nariz, uma espuma macia e fina elimina a pressão; na parte traseira, uma espuma mais firme fornece suporte aos ossos; se escolherem um selim com recorte, uma espuma de memória macia fornece suporte anatómico para evitar o inchaço dos tecidos moles.

Breve resumo do tema deste artigo em
REPERCUSSÕES DA PRÁTICA DO CICLISMO NAS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO FEMININO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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