O direito à indemnização sobre duas rodas

Como eu gostaria de ter uma varinha de condão e interromper a mortandade que assola as nossas estradas!

Como eu gostaria de ter o poder de alertar, sensibilizar, consciencializar e fazer da partilha do espaço púbico um campo de harmoniosa convivência!

Mas não, nem magia nem governo!

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O ciclismo nacional feminino está de boa saúde e recomenda-se!

Com o calendário oficial da Federação Portuguesa de Ciclismo a não registar mais qualquer evento de ciclismo feminino de estrada, a época parece ter sido rematada pela terceira edição da Volta a Portugal Feminina Cofidis Jogos Santa Casa da Misericórdia.

Fotografia: João Fonseca /UVP – FPC

E que maneira de pontuar uma época competitiva, premiada por excelentes prestações que assinalaram quer a Taça de Portugal Feminina de Ciclismo de Estrada quer os Campeonatos Nacionais disputados em Mogadouro!

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Maio das ciclistas amadoras

É hoje dia 1 de maio, feriado, “dia do trabalhador”, data em que se assina o “Dia Internacional dos Trabalhadores” e comemora centenários movimentos trabalhistas reivindicativos por melhorias nas condições de trabalho.

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No país em que as carroças andam à frente dos bois

Há um país pautado por uma certa ordenada desordem onde os dias passam e os acontecimentos sucedem-se regrados por leis desgovernadas de ministério.

Esse país causa sensação entre os demais. Desde logo porque há tanto a acontecer às avessas, mas porque de entre todas as singulares tarefas uma salta à vista: as carroças andam à frente dos bois. É um espetáculo não só digno de ser visto, mas, mais ainda, de ser estudado pelas restantes nações. As demais comunidades boquiabertas observam a espetacularidade do cortejo.

Então e os homens? Neste cortejo os homens não são nem perdidos nem achados: à medida que a cena progride, eles e elas deixam-se arrastar pelas bestas cujas mudas vontades se ouvem nas engrenagens das carretas (ora enferrujadas ora desengorduradas)!

 

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A (des)igualdade de género no PAO da FPC

Ela acorda e, ainda a enfrentar os primeiros goles de cafeína matinal, choca com as notícias dos desportivos nacionais. Salta de um para outro, dos mais generalistas às revistas da especialidade. O ecrã do telemóvel difunde, mais vírgula menos vírgula, o mesmo conteúdo: “A Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Ciclismo aprovou o plano de atividade e orçamento para 2023, que ronda os cinco milhões de euros, e os calendários das diversas disciplinas para a próxima temporada.”

Estorcega os lábios. Franze o sobrolho. Despertou-lhe mais a curiosidade do que o americano. Os textos avançam no profissional masculino. Eis que lê algo que a faz saltar da cadeira: “Na próxima temporada a categoria de elite vai ter 71 dias de competição, 54 em 11 provas por etapas e 17 em corridas de um dia (…). A Volta a Portugal para as categorias inferiores tem datas definidas: Volta do Futuro de 1 a 4 de junho, Volta de juniores de 24 a 27 de agosto, Volta de cadetes de 18 a 20 de agosto e Volta feminina de 27 a 30 de julho.” “Categorias inferiores”? “Volta feminina”? Uma explosão de questões enfurecidas assombra-lhe o pensamento.

– Quem é o “pseudoprofissional dos media” que (in)forma assim a opinião pública sobre o ciclismo feminino?

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