So, let’s face the numbers and the numbers will show us that, doubtless, La Leyenda Del Dorado es una de las carreras de ciclomontañismo por etapas más duras y más espectaculares del mundo – são 7 dias de competição (prólogo, 6 etapas, sem dia de descanso); cerca de 500km projetados para promover o turismo nos lugares mais bonitos da Colômbia; 16,000m de desnível positivo acumulado; una subida imponente a casi 4,800m en la etapa Reina, Volcán; 250 ciclistas profissionais e amadores de 22 países no total; 3 vitórias de etapa e 3º lugar à geral. (conf. https://la-leyenda.com/route/2019)
Depois, há que dizer que a Leyenda del Dorado, que arrancou uma vez mais da praça Bolivar, Manizales, é a prova de BTT mais importante da América do Sul e leva-nos por climas tropicales, pueblos coloniales, plantaciones de café, gastronomia local, tradições e manifestações culturais, termas e, bem ao jeito de um povo enamorado pelo ciclismo, os participantes serão surpreendidos pelos alunos com cartazes e bandeiras à passagem pelas escolas e por centenas de aficionados que os animarão como se de uma chegada em alto do Tour de France se tratasse – é arrepiante e, apesar da inclinação e dos muitos km já percorridos, ninguém vai ousar descer da bike e, se o fizer, não haverá qualquer vergonha – afinal é de Lendas e de feitos Lendários que se cuida.
Tal como referi, o prólogo de 51km com 1560m de acumulado arrancou da Praça de Bolívar, Manizales, no dia 28 de julho, e a corrida passou duas noites em cada local, Confa La Rochela, Salamina e Termales del Autumn, antes de chegar à linha de meta no fantástico circuito de XCO do Bike Park instalado no Bosque Popular de Manizales, no sábado 3 de agosto.
Durante estes dias, ainda que o ritmo competitivo nem sempre permitisse contemplar a paisagem e os povos como estes mereciam, “visitámos” as cidades da Palestina, Arauca, Quilômetro 41, Aranzazu, Villamaría e Neira – depois da experiência de 2018, este ano foi uma emoção muito especial ganhar a etapa e reforçar a liderança onde milhares de espectadores se aglomeram para ver a chegada na subida final até à Plaza.
No entanto, o palco mais espetacular prometia ser o da “Rainha das Queen Stages”: a etapa do Vulcão. A etapa Volcano apresentou um trajeto bastante diferente da edição de 2018, mostrando que os limites podem sempre ser ultrapassados. Este é um dos dias que vai ficar marcado para sempre na minha história (pessoal e desportiva) e que me levará a tatuar o símbolo desta prova. Assim, foi na sexta-feira 2 de agosto de 2019, em pleno dia de aniversário do meu maridão, que a Lei de Murphy mostrou toda a sua força e, naquele dia, tudo o que podia correr mal correu mesmo mal! Esta era a penúltima etapa; eu e Catherine estávamos líderes, fortes e motivadas! Apesar dos sintomas que tinha partilhado com o médico desde o segundo dia de corrida e sem dormir há mais de uma semana, a verdade é que ninguém poderia antecipar o que se viria a passar pois nenhum de nós foi capaz de diagnosticar a tempo o vírus de forma a minimizar os danos e as complicações associadas à gastroenterite. Como disse, tudo o que podia correr mal correu: vulnerável, com o corpo a gritar por recobro, com pouco mais de 2km percorridos, o manípulo das velocidades deixou de funcionar, ficando a meio da cassete; aplicando força, enquanto a tive, pedalei até entrar no Parque Natural Nacional Los Nevados, onde me esperava uma escalada até à Cratera de La Olleta, no Nevado del Ruíz, atingindo uma altura de 4.700m – a verdade é que não me lembro de todo o caminho: até aos 4380m, onde pensava que haveria assistência mecânica, ainda consegui pedalar mas gastei muita energia e foi enorme a desolação ao ver que o ponto mecânico estaria só no topo, aos 4700m… Naquela imenso deserto de areia vulcânica, onde o cinzento do ar húmido e rarefeito se entranhava na pele e atrofiava os sentidos até me fazer desaparecer na paisagem silenciosa e assustadoramente bela, morri-me de frio, de exaustão, de desespero, e avancei, caminhando, a congelados passos pequenos, ao lado, de braço dado, cruz que carregou, contando-me as histórias que me esqueci haver-lhe pedido que mas falasse, a minha parte mais forte de nós: a Catherine.
Este dia, esta etapa, aquela mais de centena de km ficou gravada, ainda está a latejar mas a La Leyenda del Dorado é muito mais do que uma prova UCI, Special1, por etapas: faz de nós “lendas” enquanto corredores e enquanto pessoas; é pódio – a ele ascender e dele ceder; são as pessoas, um povo, hábitos, tradições, fé – uma forma de estar na vida com sorriso e com uma crença incomparável bem alicerçada em valores que, de origem católica, são transversais e transmissíveis! Não perceber e não viver isto é não tomar a La Leyenda a 100%.
Agora falta menos de um ano para regressar à Colômbia. As inscrições para 2020 já abriram e eu tenho por certo que de 26 de Julho a 1 de agosto viverei lá mais uma etapa da minha vida, entre uma organização que se tornou família, entre um povo onde tenho tantos amigos para reencontrar, e com a oportunidade de conhecer novas terras e paisagens uma vez que a partida e a chegada terão local em Cali, Valle del Cauca. (conf. https://la-leyenda.com/)
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