Há um estudo de Harvard que indica que pessoas como eu (que já entraram nos 40s) arrependem-se de pelo menos 3 coisas.
Ora eu que não sou dada a arrependimentos fiquei curiosa e quis saber mais.
Desde logo, fui confrontada com a expressão “meia-idade”. What a hell? “Meia-idade”? Mas… quê? Isto é uma sentença? Estão a dizer-me que o meu bilhete nesta viagem que é a vida expira aos 80? É que eu tomo decisões diárias arriscadas, é certo, mas equilibro com outras que espero me levem aos 100!
Tecnicamente, esta dita “fase da meia-idade”, os 40s, é caracterizada por mesclar os sonhos da juventude com a realidade da idade madura. Criada uma “solução química” entre essas duas etapas da vida, o resultado deve de servir de ponto de partida para planear a segunda metade da vida.
Ora, isto soa quase a “resolução de ano novo”, mas dei por mim a sentir verdadeiramente o significado destas palavras e a refletir sobre o futuro que quero para mim, longo, pleno e feliz.
Também Becca Levy, professora de Psicologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, sublinha que
Não é segredo para nenhum dos meus leitores que eu estou de facto comprometida com ganhar anos de vida. Para isso:
- saúde e treino mental;
- exercício físico;
- alimentação saudável;
- relações vitamina;
- atenção plena;
- higiene do sono.
A professora defende também que a chamada curva em U da felicidade aponta para um aumento na satisfação com a vida durante a meia-idade, persistindo até à velhice quando cultivada adequadamente. O que reforça a convicção que tenho nos meus hábitos!
Contudo, talvez movida por uma espécie de crença, quando Chip Conley, cofundador da Modern Elder Academy, uma instituição que promove a felicidade em idades mais avançadas, destaca o potencial pedagógico do arrependimento antecipado nesta fase da vida contorço-me! É isso: lido mal com a palavra “arrependimento”!
“I don’t have time to regret. We move on because we are acceptable for what we are, not really what we think we should be.”
– Anthony Hopkins.
Ou seja, o empresário de hospitalidade sugere que o benefício de envelhecer está na visão periférica aprimorada, permitindo antever o futuro e compreender as consequências das ações. Aquilo que me parece muito associado a uma ideia de ação pela perceção em que o intelecto trabalha para assimilar todas as informações dos neurorecetores ativados pelas sensações.
Ainda assim, custa-me a engolir que me arrependa por antecipação. Eu prefiro uma atitude proativa e positivista em que sou capaz de ir ao futuro, visualizo-me na minha melhor versão possível em 20, 30, 40 anos e faço o caminho em regressão, pelas migalhas de Hansel e Gretel e aprendo a lição!
Não gosto! É que não gosto mesmo do termo “arrependimento” porque o associo a emoções negativas (desnecessárias que me vão intoxicar a mente e o corpo, consequentemente, sem motivo que valha a pena).
Contudo, pela experiência profissional que tenho como professora, Coach e mentora, sei que para a média da população este exercício funciona:
Mas há mais no artigo da Harvard Business Review. Nele são apontadas três decisões cruciais para ter entre os 40 e os 50 anos para evitar estes três arrependimentos futuros:
1. Não avaliar nem redefinir os seus objetivos
Ou seja, aqui, hoje: avalie e (re)defina objetivos.
Diz a bibliografia, a ciência e eu sinto-o: a meia-idade traz-nos discernimento sobre o que é realmente importante.
Até aos meus quarenta anos (a dita “primeira metade da vida”), dediquei-me a acumular experiências, opiniões e conhecimento. O ano passado senti que tinha de parar. Não foi forçado, não foi pensado segundo nenhum estudo ou orientação de profissional de saúde mental ou física: fui eu que “levantei o pé” (como dizemos na gíria do ciclismo quando queremos dizer que “abrandamos”). Foi como se precisasse de “assimilar” tudo o que tinha andado a acumular desenfreadamente. Agora sinto um novo “kick”, um “appeal” para voltar a viver experiências e fazer coisas, sabendo o que não quero, o que já não me interessa, em que e que não vou gastar energia, em que é que vou investir, de que pessoas me vou rodear e as que vou afastar. É o momento de tomar decisões orientadas para realizações a longo prazo, afastando-me da gratificação imediata; ignorar fatores externos condicionantes e refletir sobre o que me emociona, motiva e desperta curiosidade é fundamental.
2. Não ter pensado como seria o seu dia ideal no futuro
Ou seja, visualize o seu futuro.
Em vez de concentrar-se em grandes metas de longo prazo típicas da juventude, os especialistas recomendam imaginar um dia perfeito para si no futuro. Hoje, eu digo que estes são “os meus essenciais”; eu sei aquilo de que necessito para ser feliz e que vou levar comigo nesta jornada do presente para o meu melhor futuro.
Pratico e estimulo os meus Coachees a praticarem este exercício mental porque ele é fundamental ao proporcionar clareza sobre a vida desejada, alinhando objetivos, metas e tarefas com o quotidiano em que o plano se faz processo.
3. Não ter refletido sobre a contribuição que quer deixar ao mundo
Ou seja, estamos de passagem, mas há um legado que devemos de deixar.
O que fazemos por nós mesmos morre conosco. O que fazemos pelos outros e pelo mundo permanece imortal…
Albert Pine
Pode ler-se no artigo que “a meia-idade é o momento de refletir sobre as competências adquiridas ao longo da vida e considerar como usá-las para causar um impacto positivo nos outros e no mundo”.
Talvez eu estivesse a envelhecer antes de tempo. Talvez habitasse em mim uma persona de 40 anos antes de as velas se terem soprado, mas a verdade é que ainda na adolescência comecei a tomar decisões que visavam deixar um contributo no mundo: quis seguir educação e tocar a formação dos jovens e dos adultos que haveriam de vir; no ciclismo, quis dar voz às minorias, levar esperança a lugares desfavorecidos como Timor ou Himalaias, fazer ouvir o feminino; na profissão, quero a cada aula, a cada sessão, que quem passe por mim siga mais rico, com mais conhecimento, mais capaz e determinado…
“O propósito da vida é descobrir o nosso dom. O trabalho da vida é desenvolvê-lo. O sentido da vida é doar esse dom.”
David Viscott
Dito tudo isto, o que provoca em ti esta noção de “arrependimento antecipado“? Aquela sensação de que te vais desiludir no futuro se não agires agora?
Pois bem, esse parece ser o poder deste estudo: motivar-te a tomar decisões que serão apreciadas pelo teu “eu” do futuro!
Valerá a pena?
Claro que sim! A tua alma não é pequena! Vou ensinar-te uma série de novas habilidades e guiar-te a um entendimento mais profundo sobre quem és e como usar as tuas competências para concretizares os teus objetivos.
As sessões serão inspiradoras, cheias de insights e dicas práticas para implementares na hora.
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