A cada vez que me apresento como #animalcrueltyfreerider e digo que “não como cadáveres” nem “como os animais porque os animais são meus amigos e seria extremamente horrendo comer os meus amigos” recebo uma de três coisas ou as três em conjunto: – franzir de sobrancelha; – “E a proteína?”; – “Mas nós sempre comemos carne…” As duas primeiras reações já encontram Artigo Informativo aqui n’O Blog. Chegou agora o momento de trazer evidência científica para a terceira – última mas não menos importante.
As recomendações para a nutrição no atleta recomendam que 60-65% da energia total seja adquirida através de hidratos de carbono. Nos atletas de endurance, Nieman sugeriu que aqueles que treinam de 60 a 90 min / dia, devem consumir entre 60 a 70% do total da energia proveniente de HC para maximizar a síntese muscular de glicogénio.
Sim, sou atleta e sou vegetariana! Sim, não como animais – nem peixe (peixes também são animais). Não, não é por ser vegetariana que me interesso tanto pelo tema da alimentação. Acho que a nutrição é uma das áreas mais importantes para o bem-estar e para a saúde em geral! Não, não acho que seja difícil ser vegetariana. Acho que é interessante, independentemente da dieta pela qual se opte, fazer as escolhas mais saudáveis, variadas, sustentáveis e amigas do ambiente. Para mim a opção vegetariana é o caminho para este fim! Sim, adoro o que como: faço uma alimentação saborosa, diversificada, livre, colorida, multicultural! Não, nem quero experimentar! Não é carne: é um cadáver, um animal morto, uma vida tirada!
Mas antes, um pouco de cultura gastronómica. Daniel David de Silva era o proprietário do restaurante Regaleira. Motivado pela pobreza extrema, Daniel mudou-se para a Bélgica ainda novo e lá encontrou trabalho no ramo da restauração. “Ficou por lá uns bons anos” mas as saudades de casa falaram mais alto e acabou por regressar com a vontade de montar “uma casa de comidas” bem sucedida. “Ele trouxe a ideia do croquemonsieur e tentou servir isso cá”. A ideia não pegou, mas Daniel estava convicto de que dali podia sair alguma coisa boa. Entretanto “tinha feito uma coisa nova, uma invenção”: uma sanduíche generosa, banhada a queijo derretido e molho alaranjado. “Um prato do caraças!Uma coisa picante, muito agradável… Porque não chamar-lhe «Francesinha»?”
À partida a ligação pode não fazer muito sentido, mas ela existe: “Na altura, as mulheres portuguesas eram muito conservadoras, mas as francesas não, eram bem mais liberais e confiantes.” “As catraias francesas” faziam-lhe lembrar as características do prato e ficou assim. “Depois deste batismo não serviu de nada tentar chamar-lhe outra coisa qualquer.”