Razões não só para o suportar como para o integrar num plano de treinos regular
Fazer rolos soa a dias de adversidade meteorológica (extrema, até, para muitos) em que não é possível sair em segurança. Fazer rolos soa também a tédio, monotonia e aborrecimento!
Eu sei que nada vai substituir o prazer de andar de bicicleta ao ar livre, mas isso não significa que seja a única maneira de obter resultados: há vários estudos científicos que já comprovaram a eficácia do uso metódico de rolos. Ou seja, afinal treinar no rolo pode ter muitos outros benefícios para além de evitar a chuva gelada e os ventos fortes.
Eu sei que treinar nos rolos não é uma tarefa fácil. Ainda assim, hoje em dia, temos à nossa disposição várias tecnologias para nos auxiliar neste desafio (e aproveitar, também, para treinar a mente): equipamentos técnicos que proporcionam a sensação e a diversão que se sente ao ar livre (refazendo as rotas que gravamos ou em percursos sugeridos e podemos, inclusive, competir com outros utilizadores); métodos de treino e informações necessárias para melhorar o desempenho (as rotinas de treino podem ser ajustadas ao software que escolhemos). Mesmo quando não usava nenhum destes equipamentos e plataformas, conseguia tirar várias lições e benefícios do treino indoor – para além de manter a minha cultura cinematográfica atualizada e poupar na bateria do leitor de dados com o GPS desligado 😛 ).
Sabias que muitos atletas usam o treino nos rolos para se prepararem para as competições?
Sabias que é usado para sessões de treino de alta intensidade?
Sabias que é usado para treino aeróbicos também?
Sabias que o treino nos rolos é recomendado a pessoas com problemas articulares ou em condições especiais, como a gravidez?
O treino cardiovascular nos rolos tem o primordial benefício de ter baixo impacto nas articulações. Mas os benefícios não ficam por aqui.
Há uns anos atrás, por ter fraturado o rádio e o cubito, tive que treinar bastante no rolo. Foi nessa altura que melhorei a minha cadência. Enquanto treinamos no rolo podemos analisar, em tempo real, cada volta da pedalada e podemos, também, estudar a simetria de torque entre as pernas direita e esquerda. Dar atenção à redondeza e à simetria do curso da pedalada é importante para aumentar a sua eficiência.
Treinar no rolo é a oportunidade para desenvolver a cadência perfeita – cadência perfeita é aquela que é mais eficaz para cada atleta (menos gasto para maior velocidade).
E para alcançar esse rácio ideal há que treinar a agilidade. Eu diria que só no rolo conseguimos examinar, em tempo real, aquela eficiência e trabalhar para melhorá-la de imediato porque é no rolo que melhor trabalhamos a agilidade. Para treinar a agilidade realizamos intervalos de alta velocidade. A agilidade aumenta a eficiência e a velocidade da pedalada, usando muito menos energia.
É pelo foco que o treino no rolo nos permite dar ao exercício que estamos a fazer sobre a Força (que produzimos ao empurrar os pedais), a Velocidade (com que levamos os pedais a girar o mais rápido possível) e o Potência (velocidade + força = capacidade de aplicar a maior quantidade de força no menor tempo possível) que me empenho e me desafio, pois os benefícios da agilidade são infinitos. Mas para citar alguns, a agilidade:
– cria resistência e maior capacidade de suportar a fadiga (isto prepara o atleta para continuar, focado, mesmo quando estiver cansado). Muitos são os atletas realizam grande parte dos treinos em ambientes fechados, mesmo com boas condições climáticas, com a intenção precisa de ‘estressar’ a capacidade de resistir à fadiga (para além de pretendermos desenvolver uma melhor concentração e realizar o treino com maior precisão);
– aumenta a capacidade de gerar velocidade, força, potência e resistência muscular;
– estimula uma aprimorada conexão mente-corpo, usando menos esforço para determinada potência (também pela parte motivacional, emocional) e pela prática da correlação visualização-imaginação-referencial);
– auxilia na prevenção de lesões, tornando os ligamentos e tendões flexíveis;
– melhora o equilíbrio e a coordenação motora (exercícios aeróbicos e musculares são combinados com movimentos do pedalar e do tronco), resultando no consumo eficiente de energia.;
– aumenta os resultados em menor tempo – se o plano de treino for adequado e ajustado ao atleta, à sua condição, situação e objetivos;
– permite a prática de tempos de recuperação aprimorados devido aos intervalos metabólicos (cardio) eficientes e sem distrações externas;
– redução do tempo de recuperação pois reforça o sistema músculo-esquelético. Na verdade, de certo que já reparaste que o treino no rolo te pode deixar “todo partido” pois é um treino super completo: trabalha os músculos do corpo inteiro e define o abdômen, ombros, tríceps, bíceps, isquiotibiais, quadríceps, gémeos, glúteos e costas.
Acredita, pois a ciência já o provou, se queres realmente maximizar o teu treino e atingir o objetivo de seres mais rápido, é essencial incluíres o trabalho de alta intensidade!
Por muito que gostemos de treinar ao ar livre, uma coisa é certa: nada como treinar no rolo para conseguir intervalos de potência constante e, assim, ser mais eficaz a alcançar o objetivo de aumentar a força e a resistência. E a subida? Bem, é só aumentar a fricção e meter uma mudança mais (carrega nos cranques).
À parte do trabalho específico para quem é atleta, quem gosta de ciclismo ou quer fazer bicicleta estática também pode tirar vários ganhos ao treinar nos rolos, tais como:
– Satisfação: John Ratey, psiquiatra da Harvard Medical School, no livro «Spark: The New Revolutionary Science of Exercise and the Brain», fala de pacientes que após um ano de “terapia de ciclismo” melhoraram da depressão aguda de que padeciam. Vários cientistas que estudam os benefícios do ciclismo no cérebro há anos que são unanimes em afirmar que“ pedalar reduz o estresse e a depressão. Simplificando, proporciona felicidade”;
– Proteção do coração: os estudos demonstraram que o ciclismo é útil para a prevenção de doenças cardiovasculares e evita que estas se agravem nos idosos. Sendo o ciclismo um desporto de resistência, fortalece gradualmente não apenas o coração, mas também a ventilação pulmonar;
– Perda de peso: sabias que uma hora de bicicleta a um ritmo relaxado queima aproximadamente 500 calorias? São boas notícias para quem procura um bom aliado contra o excesso de peso. Especialmente para as mulheres: de acordo com uma pesquisa publicada no «Archives of Internal Medicine», que estudou os efeitos benéficos do ciclismo entre as mulheres na pré-menopausa com excesso de peso, uma hora de ciclismo, várias vezes por semana, facilita o emagrecimento. Ah! Há ainda estudos que demonstraram que, “por se tratar de um treino intenso, é possível continuar a queimar gordura por até quatro horas após o treino”;
– Manutenção das articulações ativas: ao contrário da corrida, o ciclismo é um desporto de baixo impacto – enquanto pedalamos, não pressionamos as articulações dos membros inferiores e é por isso que é recomendado para os joelhos. Andar de bicicleta melhora o metabolismo muscular, especialmente nas nádegas, coxas e gémeos, e fortalece os músculos e ossos da área dorsal (resultando em costas mais fortes);
– Aumento da expectativa de vida: sabias que quanto mais intensamente pedalares, maior será a tua expectativa de vida? Um estudo dinamarquês demonstrou que, principalmente por prevenir contra as doenças cardíacas, o ciclismo pode aumentar a esperança média de 2 a 3 anos nas mulheres e de 4 a 5 anos homens.
Ficaste ou não com vontade de saltar já para os rolos?
Bons treinos!
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