Há muito que andava com vontade de voltar à pista!

Nos tempos em que estava integrada na Equipa Nacional de estrada, o selecionador Gabriel levava-nos e entusiasmava-nos a ir treinar e participar em competições que tinham lugar no Velódromo de Sangalhos – Centro de Alto Rendimento.

A verdade é que o tempo e os custos da deslocação desmotivam e fazer adiar ou cancelar as hipóteses de lá pedalar.

Este ano queria ter feito a Taça. Mas sem mais atletas Elite inscritas, acabei por não o fazer. Mas devia! E esta é uma lição aprendida.

Devia ter ido porque, no domingo passado, dia 2 de janeiro , “atirei-me” para a pista cerca de 9 anos depois da última vez que senti o cheiro da madeira expandido pelo ar quente do Velódromo.

Não me (re)conhecia! Não conhecia o comportamento da bicicleta. Não havia estabelecido sinais de alerta! Não tinha praticado os sentidos para que pudesse distinguir a informação que o meu cérebro procurou rápida e o mais eficientemente possível.

Fiz as melhores leituras que pude com zero prática.
O objetivo era claro: estar na frente da corrida!
Este seria um dia para estimular o cérebro 🧠 e o pulmão 🫁 para a competição a sério que só chegará por meados de Março.

Um dia inteiro na pista que começou às 9h40 e já só terminou pelas 19h! Também isso era importante treinar!
Numa fase da minha vida em que já não é o cronómetro que pauta os meus dias, mas sim a campainha da escola, recolher informações sobre como responder ao tiro de partida e assumir a pressa de terminar o quanto antes, foi mais um dos objetivos a que me propus, pois escassas são as oportunidades do calendário nacional feminino de o fazer!

De resto, não posso deixar de questionar as decisões tomadas no que toca a inscrições, porque, das duas uma:
- ou o ciclismo feminino está muito melhor do que se diz;
- ou há ovelhas em pele de lobo.
Sábado e domingo foi possível ver as elites femininas profissionais a competir. O meu Diretor Desportivo que gere uma equipa de clube e, obviamente, não me paga salário, inscreveu-me nas Elites Amadoras que competiram no domingo em scratch, eliminação e pontos. E eu concordei, claro – até porque assim o indicam os regulamentos.

Observei e, como não me compete a mim fiscalizar, – até porque comissários não faltavam – indago sobre as participações profissionais. Pena! Pois teríamos tido um pelotão mais composto e competitivo nas Amadoras. Mas, enfim! É o que é e já ninguém dá dez reis de mel coado por estas aberrações!