Agora que estou dedicada ao projeto de desenvolvimento pessoal #ucan , chegam até mim pessoas (de todas as idades) que querem não só andar de bicicleta, mas andar bem, com qualidade e segurança. Uma das primeiras habilidades a adquirir é “pedalar com sapatos de encaixe”. Nas aulas, para além de explicar e executar junto dos meus coachees, há também uma exposição do exercício e dos benefícios de pedalar com “os pés presos à bike”.
Dez anos de experiência decorrente da prática intensiva de desporto permitem-me dizer que são vários os pilares que contribuem para o sucesso desportivo, entre os quais se encontra a nutrição equilibrada e variada que satisfaça as necessidades individuais e um programa de treino bem estruturado, determinado pelo tipo de exercício com um volume, intensidade e/ou frequência que permitam a promoção de adaptações ao exercício.
Dedicado ao Tiago, a quem desejo muito sucesso e uma longa carreira
Não sei se se passa convosco, mas acredito que muitos atletas, independentemente da categoria, dedicam grande parte dos dias à implementação de estratégias para controlar as necessidades, as emoções e os comportamentos. Talvez todos vivam assim porque a sociedade, a família e os eventos da vida os levem a essa procura incessante, muitas vezes, sem terem consciência disso – porém, os atletas experimentam a busca em todas essas áreas e ainda mais exacerbadamente no desporto.
Será que posso continuar a pedalar estando menstruada?
Provavelmente esta é a questão mais associada ao duo “Atletas femininas”. Porém, no meu caso, já há muitos anos (quase tantos quanto aqueles em que compito enquanto atleta elite), a questão foi: será que é saudável continuar a treinar NÃO menstruando? Habituei-me ao facto. Aliás, sem pudor, afirmo que até sentia alguma vaidade em estar entre as atletas elite cuja constituição e performance se revertia nessa amenorreia e mesmo que os profissionais de saúde e fisiologia me dissessem que era importante repor os ciclos menstruais. Como não tencionava engravidar, sentia até um alívio em não atravessar aquelas fases. Verdade seja dita que, durante imensos anos, a própria comunidade científica e desportiva não via qualquer problema nas atletas amenorreicas. Porém, hoje o pensamento especializado é outro. Até as pedras mudam perante a força dos agentes erosivos, e eu também mudei! Compreendo o meu corpo e toda a minha existência como uma unidade que deve de estar em harmonia com a sua natureza.